Serra Negra sediou conferência estadual dos direitos da criança e do adolescente
Confira o texto lido no último dia da 9ª Conferência Estadual dos
Direitos Humanos da Criança e do Adolescente de São Paulo, produzido
pela psicóloga, educadora ambiental e gestora de sonhos Muriel Duarte,
de 25 anos
O momento democrático que estamos vivenciando durante a 9ª
Conferência Estadual dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente é
único e maravilhoso. Crianças, adolescentes e adultos de todo o Estado
de São Paulo, com suas histórias e visões de mundo singulares convivendo
em um espaço comum, envolvidos pela mesma causa: o bem-estar dos
principais protagonistas do nosso amanhã.
No entanto, temo que estejamos criando o futuro das nossas crianças e
adolescentes utilizando ferramentas do passado: diante de divergências
de opinião, as pessoas envolvidas nesse processo de construção coletiva
buscaram soluções de forma competitiva, por meio do grito, da
agressividade, evidenciando a vaidade individual e o medo. Eu penso que
mais importante do que o que nós fazemos é como nós o fazemos. Afinal,
somos os modelos comportamentais a serem seguidos por todos estes que
estamos nos propondo a cuidar.
Seria possível que cerca de 500 pessoas se conectem a um propósito
comum e a partir disso, passem a atentar para sua energia individual?
Somos um sistema vivo, que funciona de forma orgânica e caórdica, ou
seja, fluindo dinamicamente entre o caos e a ordem. Encontrar soluções
para questões coletivas de forma democrática exige que cuidemos da nossa
postura a fim de nos orquestrarmos, criando um compasso ritimado que
torne possível a emersão de uma inteligência coletiva, afinal como disse
Einsten “O todo é maior que a soma das partes” e a soma de todas as
nossas potencialidades é muito maior e mais poderosa que nossas
potencialidades individuais.
É preciso cuidado, com o tempo, com o espaço, com os ânimos para que
não se exaltem e contaminem o coletivo gerando ansiedade, desgaste
energético e stress. É preciso falar com intento, apenas o que for
relevante para o coletivo, de maneira clara e concisa, é preciso ouvir
de forma atenciosa, com empatia e respeito, é preciso entender que
quando estamos em grupo o tempo de um é o tempo de todos. É preciso algo
simples, que as crianças conhecem bem e que muitas vezes nós nos
esquecemos: o amor.
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