sexta-feira, 17 de agosto de 2012

FILOSOFIA SOCRÁTICA



INTRODUÇÃO

Por que Sócrates é considerado o “patrono da filosofia”? Talvez seja porque ele jamais se contentou com as opiniões estabelecidas, com os preconceitos de sua sociedade e com as crenças mantidas inquestionáveis pelos seus conterrâneos. Em suma, Sócrates desconfiava das aparências e procurava a realidade verdadeira das coisas.

Sócrates andava pelas ruas de Atenas questionando as pessoas: “O que é isso que você está fazendo?”, “O que é isso que você está dizendo?”. Os atenienses achavam, por exemplo, que sabiam o que era a justiça. Sócrates lhes fazia perguntas de tal maneira que, embaraçados e confusos, chegavam à conclusão de que não sabiam o que era a justiça. Os atenienses acreditavam que sabiam o que era a coragem. Com suas perguntas incansáveis, Sócrates os fazia concluir que não sabiam o que era a coragem. Os atenienses acreditavam que sabiam o que era a bondade, a beleza, a verdade, mas um prolongado diálogo com Sócrates os fazia perceber que não sabiam o que era aquilo em que acreditavam.

A pergunta “O que é?” era o questionamento sobre a realidade essencial e profunda de uma coisa para além das aparências e contra as aparências. Com essa pergunta, Sócrates levava os atenienses a descobrir a diferença entre parecer e ser, entre mera crença ou opinião e verdade.

Desta forma, Sócrates auxiliava as pessoas a libertarem suas mentes das meras aparências, e as direcionava à buscar a verdade, mas também o conhecimento interior: “conhece-te a ti mesmo”. Nesta mesma linha de raciocínio, Sócrates chegou a conclusão da importância da atitude crítica e emendou, dizendo que só estaremos aptos a conhecer a verdade, sendo críticos com nós mesmos, reconhecendo a nossa ignorância: “Só sei que nada sei”. Daí, mais tarde, chega-se à conclusão que a filosofia está voltada para os momentos e situações críticas.

PERÍODO SOCRÁTICO OU ANTROPOLÓGICO

Sócrates deu origem a um importante período da filosofia grega, chamado período Socrático ou Antropológico, que perdurou do fim do século V a.C. a todo o século IV a.C., quando a filosofia investiga as questões humanas, isto é a ética, a política e as técnicas, e busca compreender qual é o lugar do homem no mundo.

O período Socrático foi marcado por grandes mudanças nas cidades, no comércio, no artesanato e nas artes militares, então, sendo responsável por Atenas ter se tornado o maior centro de vida social, política e cultural da Grécia. 

Foi a época de maior florescimento e esplendor da “democracia”, que por sua vez, instituiu o conceito burguês de “cidadão”.

Com o florescimento da democracia e da figura do cidadão, surge então a necessidade dos mesmos aprenderem a exercer a sua “cidadania”, opinando, discutindo, deliberando e votando nas assembléias. Assim, a nova educação estabelece como padrão ideal a formação do bom orador, isto é, aquele que sabe falar em público e persuadir os outros na política. Para dar essa educação, surgiram os sofistas, os primeiros filósofos do período socrático.
A filosofia socrática se voltou para as questões humanas no plano da ação, dos comportamentos, das idéias, das crenças, dos valores e, portanto, se preocupa com as questões morais e políticas.

O ponto de partida da filosofia é a confiança no pensamento ou no homem como um ser racional, capaz de conhecer-se a si mesmo e, portanto, capaz de reflexão.
Como se trata de conhecer a capacidade de conhecimento do homem, a preocupação se volta para estabelecer procedimentos que nos garantam que encontramos a verdade, isto é, o pensamento deve oferecer a si mesmo caminhos próprios, critérios próprios e meios próprios para saber o que é o verdadeiro e como alcança-lo em tudo o que investigamos.


PRINCÍPIOS GERAIS DO CONHECIMENTO VERDADEIRO
Distinção entre o conhecimento sensível e o conhecimento intelectual;
Diferença entre opinião e saber ou conhecimento verdadeiro;
Diferença entre aparência e essência.


SÓCRATES CONTRA OS SOFISTAS

Que diziam e faziam os sofistas? Diziam que os ensinamentos dos filósofos cosmologistas estavam repletos de erros e contradições e que não tinham utilidades para a vida da pólis. Apresentavam-se como mestres de oratória ou de retórica, afirmando ser possível ensinar aos jovens essa arte para que fossem bons cidadãos.
 
Percebendo as más intenções dos sofistas, Sócrates logo rebelou-se, dizendo que eles não eram filósofos, pois não tinham amor pela sabedoria nem respeito pela verdade, defendendo qualquer idéia se isso fosse vantajoso. Corrompiam o espírito dos jovens, pois faziam o erro e a mentira valerem tanto quanto a verdade.

“SÓ SEI QUE NADA SEI”

A consciência da própria ignorância é o começo da filosofia. O que procurava Sócrates? Procurava a definição daquilo que uma coisa, uma idéia, um valor é verdadeiramente. Isso se chama essência. Sócrates procurava a essência real e verdadeira das coisas. Sócrates procurava o conceito, e não a mera opinião que temos de nós mesmos, das coisas, das idéias e dos valores. O conceito é uma verdade intemporal, universal e necessária.

Por isso, Sócrates não perguntava se uma coisa era bela – pois nossa opinião sobre ela pode variar –, e sim “O que é beleza?”, “Qual é a essência ou conceito do belo, do justo, do amor, da amizade?”.


Sócrates perguntava: “Que razões rigorosas você possui para dizer o que diz e para pensar o que pensa?”, “Qual o fundamento racional daquilo que você fala e pensa?”.


Ora, as perguntas de Sócrates referiam-se a idéias, valores, práticas e comportamentos que os atenienses julgavam certos e verdadeiros em si mesmos e por si mesmos. Ao fazer suas perguntas e suscitar dúvidas, Sócrates os fazia pensar não só sobre si mesmos, mas também sobre a pólis. Aquilo que parecia evidente acabava sendo percebido como duvidoso e incerto.

AS IDÉIAS DE SÓCRATES

Sabemos que os poderosos têm medo do pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todos aceitarem as coisas como elas são, ou melhor, como nos dizem e nos fazem acreditar que são. Para os poderosos de Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar. Por isso, eles o acusavam de desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis. Levando à assembléia, Sócrates não se defendeu e foi condenado a tomar um veneno.

Por que Sócrates não se defendeu? “Porque”, dizia ele, “se eu me defender, estarei aceitando as acusações, e eu não as aceito. Se eu me defender, o que os juízes vão exigir de mim? Que eu pare de filosofar. Mas eu prefiro a morte a ter de renunciar à filosofia”.

DOGMATISMO E A BUSCA PELA VERDADE

Quando prestamos atenção e Sócrates, notamos que ele desconfia das opiniões e crenças estabelecidas em sua sociedade, mas também desconfia de suas próprias idéias e opiniões. Desconfia, enfim, do dogmatismo, ou seja, aquelas atitudes espontâneas que temos desde crianças.

O mesmo pode ser aplicado as nossas sensações ou impressões sensoriais, que variam conforme o estado de nosso, as disposições de nosso espírito e as condições em que as coisas nos parecem.

Pelo mesmo motivo, devemos ou abandonar as idéias formadas com base nas nossas sensações, era o que dizia Sócrates.


Fonte: FILOSOFIA - CHAUI, Marilena.

A ESTRELA DA ESPERANÇA

Vou hoje contar uma história tirada do baú da grande tradição hebraica. É uma história que fala de estrelas e de esperanças, e daquilo que as estrelas e a esperança têm a ver conosco. Somos frágeis e pequenos, e é sempre bom aprender e levantar os olhos para p céu e baixá-los sobre o coração.

Era uma vez milhões e milhões de estrelas espalhadas pelo céu. Havia estrelas de todas as cores: brancas, amarelas, prateadas, cor-de-rosa, vermelhas, azuis...Um dia foram à procura de Deus, Senhor de todo o universo, e disseram-lhe:
- Senhor, gostariamos de viver n terra, no meio dos homens.
- Seja como quereis, respondeu Deus. Podeis descer à terra. Conservar-vos-ei pequeninas, como sois vistas pelos homens.

Conta-se que naquela noite, houve, houve uma deslumbrante chuva de estrelas. Acoitaram-se umas nas montanhas, enquanto outras se instalaram no meio dos brinquedos das crianças. Certo é que a terra ficou maravilhosamente iluminada.

Algum tempo depois, as estrelas resolveram abandonar a terra, e voltaram para o céu. Aterra ficou outra vez escura e triste.
- Por que voltares? Perguntou Deus. Então as estrelas responderam:
- Senhor, não aguentámos permanecer no meio de tanta miséria, violência, guerra, fome, doença, morte.
Ao que Deus terá retorquido:
- Tendes razão, estais melhor aqui no céus, em que tudo é sossego e perfeição, ao contrário da terra em que tudo é transitório e mortal.

Depois de todas as estrelas se term apresnetado e de ter conferido o seu número, Deus anotou:
-Mas falta aqui uma estrela; ter-se-á perdido no caminho?
Ao que o anjo, que estava por perto, respondeu:
Houve uma estrela que resolveu ficar na terra, porque pensa que o seu lugar é exatamente no meio da imperfeição, onde as coisas não correm bem.
-Mas que estrela é essa? Perguntou novamente Deus.
E o anjo respondeu:
- Por coincidência, Senhor, era a única estrela daquela cor.
- Qual é a cor dessa estrela?
Insistiu Deus. O anjo respondeu:
- Essa estrela é verde, da cor da esperança.

Olharam então para a terra, mas a estrela verde, já não estava só. A terra estava outra vez iluminada, com luzes em todas as janelas, porque ardia uma estrela no coração de cada ser humano. A esperança, diz a tradição hebraica, é o único sentimento que o ser humanos possui, e Deus não, porque, conhcendo o futuro, Deus já não espera. A esperança é própria do ser humano, que é imperfeito, que erra e que não sabe como será o dia de amanhã.

Meus irmãos, rezo para que brilhe cada vez mais a estrela da esperança que arde em ti e na tua casa. E a nossa terra pode ser mais céu.

sábado, 11 de agosto de 2012

PRECONCEITO LINGUISTICO

      Muitos preconceitos foram ultrapassados, mas muitos ainda existem emperrando a evolução das pessoas.  Esse tipo de preconceito é considerado um deboche, pois não tem muita tolerância no modo de como as pessoas falam, sabemos que esse tipo de atitude é um agravante, na língua escrita temos muitas regras de ortografia para escrever, já na língua falada temos diversas variações sendo muito mais flexível.
       Isso consiste em que o brasileiro mesmo descendente de povos diferentes, fala uma mesma língua, independente de onde ela é.  As pessoas que não dominam a língua, são consideradas analfabetas, pobres ou mesmo moradores da zona rural, desprestigiados socialmente, pessoas por pronunciar palavras de forma que entendemos que estão erradas, de acordo com as normas.  Estas pessoas dificilmente terá uma aceitação perante ao convívio com a sociedade considerada escolarizadas.
       Por mais que os lingüísticos rejeitem a norma-padrão, existe por trás disso, uma grande demanda por essa língua-padrão, tudo isso acabara virando uma paranóia ortográfica, pois todos começaram somente a ver os erros, deixando de lado o que realmente as pessoas iriam desenvolver, temos que achar um meio termo, assim tentaríamos minimizar esses fatos.  Temos que ter consciência que não existe erro de português e sim diferentes gramáticas para as diferentes variedades de português, tudo na língua muda e varia, o que pode esta certo hoje e já foi errado, pode ser visto como errado e ser certo no futuro da língua.
       Aqui no Brasil cada lugar tem sua pronuncia e muitos sotaques diferentes, mas também existe uma escrita oficial que nela se baseiam, acreditando nisso a própria escola acaba se tornando também um ambiente de exclusão, pois la é preciso que todos aprendam e saibam a gramática, de certa forma a um preconceito, nisso desrespeita cada pessoa nessa condição.
       Todos os brasileiros que falam a língua portuguesa, não deveria permitir que algumas pessoas de maior poder aquisitivo, desvaloriza-se tanto o ser humano, algumas atitudes deveriam ser tomadas para melhorar esse entendimento.
       Não precisaria acabar e nem extinguir a gramática, mas um consenso acabaria de vez com esse impasse, tornando a língua com mais flexibilidade democrata das próprias regras gramaticais.
       Eu acho que quem mais sofre com isso são aqueles que
provêm das classes menos favorecidas economicamente, são eles que sentem na pele a ridicularização, sentem-se estranhos em sua própria língua, cheio de dúvidas e incertezas, distantes na norma considerada correta.